terça-feira, 26 de abril de 2011

Agostinho deixa Tagaste para Cartago
Depois de perder o seu amigo muito íntimo passou uma vida isolada, insegura e sem sucessos consagrada palas lágrimas. Uma das suas convicções é abandonar a sua pequena cidade de Tagaste imbuída na miséria e sofrimento, na qual os homens rastejam nas mortes inesperadas. “Oh! loucura que não sabe amar os homens humanamente! Oh! que louco o homem que sofre, sem conformidade, os reveses humanos! Assim era eu então. Por isso inquietava-me, suspirava, chorava, perturbava-me sem descanso nem circunspecção. Trazia a alma despedaçada a escorrer sangue.: não descansava nos bosques amenos, nem nos jogos e cânticos, nem no prazer alcova e do leito, nem finalmente nos livros e versos. Tudo me horrizava, até a própria luz. Tudo o que não era o que ele era, tinha por mau e fastidioso, excepto os gemidos e lágrimas, pois nestas encontrava algum repouso.” (Idem, p.95). Agostinho mostra-nos a imagem dum homem inquieto, sem identidade porque o único amigo a quem chamava de alma gémea fundiu eternamente, ficando ele sozinho a saborear as infelicidades onde não podia afastar-se. Deus é algo que existe no coração de cada homem, do qual não se pode fugir, como entendia Agostinho. Dentro das suas convicções fugitivas por volta do ano 370, deixou a cidade de Tagaste para se consolar em Cartago.

Para onde fugiram, quando fugiram do vosso rosto? Fugiram para não verem a Vós que os estais vendo! Mas obcecados, deparam convosco porque não abandonais nada do que criastes “ (Ibidem) Esta busca das vaidades e falsas promessas, Agostinho sente se movido pela Vontade Suprema de voltar a reconciliar-se e a ligar-se n`Ele, isto porque homem longe Dele está num vale tenebroso gemendo e chorando.

Agostinho a caminho de Roma
Tão inseguro busca alternativas da sua felicidade caminhando para a cidade de Roma, afirmando o motivo principal e quase único que lhe levou até àquela cidade: “…assentava em eu ouvir dizer que os rapazes estudavam aí, mais sossegadamente, refreados por mais regrada disciplina. Não invadiam desordenada e imprudentemente a do outro... sem sua licença, por adolescentes corrompidos. Em Cartago pelo contrário, a liberdade dos estudantes é vergonhosa e destemperada” (Idem, V, pp.118-119). Grande foram as promessas sedutoras, feitas a Agostinho e convencido esperava encontrar em Roma, ao contrário abraçou a desilusão vivida naquela cidade. Mas que na realidade era uma verdade falsa. Nesta caminhada para Roma, Agostinho deixou um vazio no seio da família, daí que a mãe sentiu um grande fervor de coração abandonado e chorando amargamente pelo filho único e muito amado, afirmando na seguinte expressão: Noite e dia, minha mãe Vos oferecia por mim, em sacrifício o sangue do seu coração transformado em lágrimas, deviam secar os rios de lágrimas com que todos os dias na vossa presença, os olhos da minha mãe por minha causa regavam a terra. Passou noite e dia orando e derramando lágrimas. Minha mãe louca de dor enchia com suas queixas e prantos, os vossos ouvidos insensíveis àquelas lamentações.” (Ibidem). Agostinho eis que em Roma é acolhido pelo flagelo da doença, que agravou-se até ao ponto de perecer. Nesta situação de desespero e dramáticidade, a mãe não tinha o conhecimento de tal sofrimento, mas manteve-se fielmente na oração pela salvação da alma do seu filho. Se o coração da mãe tivesse sido golpeado por esta ferida, nunca mais sararia do sofrimento do filho predilecto.
   
Vivendo em Roma, Agostinho foi vítima das influências dos Maniqueístas, pois grande número deles se ocultavam naquela cidade. Ele tinha se transformado num grande negligente e insensato ao questionar a divindade e considerando o mal como substância proveniente de Deus. Deste modo, quando se esforçava em retornar-se a fé Católica, sentia-se repelido e sem verdades exactas de tais revelações. Sem considerações de que o mal provinha da sua ignorância no conhecimento do bem e do mal e do seu arbítrio sensual na escolha da experiência da vida. O mal é apenas a privação do ser, a falta de qualidade condigna, e não é uma substância essencial da matéria como advogavam os maniqueus. Em busca da salvação da sua alma Agostinho encontrou-se com o Santo Ambrósio, cujo um dos motivos que lhe levou até Milão era o emprego que tinha o solicitado por intermédio dos amigos, embriagados pelas vaidades dos maniqueístas.

Tendo chegado a esta cidade foi visitar o bispo Ambrósio mais conhecido pela fama da sua qualidade de servir zelosamente o povo de Deus.
Comecei a ama-lo, ao principio não como mestre da verdade, pois jamais esperava encontra-lo na vossa Igreja, mas como um homem benigno para mim.” (Idem, p. 127). Agostinho antes da conversão a sua vida era uma viagem errante através dos mares do pensamento e da moral. Com este encontro, retomou humanamente o sentido da sua vida. 

 A busca da verdade
Depois de ter passado momentos nefastos da sua vida, sente a necessidade de se dirigir a Deus, no qual subjaz a suma felicidade. Santo Agostinho, procurava a verdade a partir das coisas mundanas, nas quais não a encontrando tornava-se cada vez mais perverso. Encontrava-se sempre mergulhado no mar das coisas sensíveis, perdendo assim a sua dignidade, isto é, o seu existir não era outra coisa senão uma mera amargura; andava errante guiado pelos sentimentos que o conduziam à perversidade. Todavia, toma depois outro sentido da existência quando reconhece que as próprias coisas mundanas não o levariam ao verdadeiro sentido da vida.

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