sábado, 16 de abril de 2011

CLEMENTE DE ALEXANDRIA

I. Introdução



Desde que o homem tornou-se homem procura saber com proficiência a verdade e identificar-se com a praxe religiosa. Ele é um ser entre seres, superior e inferior, capacitado e que se capacita, aparece e desaparece. No meio de seres tão simples é o mais complexo com toda a sua estrutura e níveis de conhecimentos. Num sentido geral, ele é global, integral, histórico e geograficamente situado. Nesta vertente, este trabalho visa tratar um grande homem Clemente de Alexandria: um bom observador e crítico da vida social que adquiriu um raro conhecimento da Escritura bem como da literatura profana. Convertido à religião cristã católica, empreendeu várias viagens para muito longe em busca do pano do fundo da doutrina cristã e seu objecto central onde gira todo o esférico educacional. Ademais, o trabalho segue o esquema abaixo exposto:

I. Introdução
II. Vida e Obras
III. Doutrina
IV. Influências
1. Filosófica
2. Cultural
V. Observação
VI. Bibliografia


II. Vida e Obras
Tito Flávio CLEMENTE de Alexandria, nasceu por volta do ano 150 provavelmente na cidade de Atenas e morreu na Ásia Menor fugindo a perseguição do Septímo Severo. O primeiro sábio cristão de pais pagãos, o qual, após a sua conversão empreendeu muitas viagens a procura dos mais conhecidos mestres do cristianismo. Esteve na Grécia, recebeu algumas lições na Itália, foi a Síria-Palestina e por fim, a Alexandria onde encontrou um mestre de índole sabedoria que lhe ajudou a penetrar na fé cristã com auxílio da ciência do tempo. Em Alexandria ele abriu duas escolas: uma oficial e a outra comunitária para a catequese. A escola oficial primeiramente era um ciclo de reflexões filosóficas, culturais e problemas quotidianos da actualidade, aberto para todos. Depois tornou-se uma grande Universidade alexandrina. Desta filosofia brota o ideal da vida cristã.
A perseguição de 202 a 203 fez com que ele abandonasse a Alexandria para casa do seu amigo, bispo de Capadócia. Tardiamente ele veio a ser bispo de Jerusalém. Estava incluído no martirológio Usuardo como um santo. Hoje está fora do martirológio romano; motivos: foi presumido como mestre de Orígenes e as suas obras foram postas entre as dos hereges.
Entre as obras conservadas sobressaem três, que formam uma trilogias, as quais esclarecem a via gradual da perfeição humana; tais: Protéptico ou exortação aos pagãos, fala da imortalidade dos mitos pagãos, pois a revelação do “logos” é sublime; Pedagogo indica aos pagãos convertidos que o verdadeiro educador divino é Jesus Cristo, e Stronta é a apresentação dos amantes da filosofia pagã como ideal de uma gnose cristã; pois, na visão clementina, a ciência constitui a central preparação da fé dos cristãos.


I. Doutrina


A continuidade anterior da tradição cristã Clemente recebeu do semitismo que ele bem conhece e faz passar por transformação em favor dos gregos. Ele usa para o Novo Testamento, o texto alexandrino primitivo. Aperfeiçoa a antiga praxe helenista sobre a etimologia e uso correcto dos vocábulos. Alguns trabalhos literários e filosóficos lhe proporcionaram à verdadeira solução dos problemas em perspectivas cristã, no qual, a atenção maior era a discrição do ideal cristão apresentado em termos do ideal estóico. Disto Clemente torna-se o grande missionário entre os ricos e os intelectuais da língua vernácula do tempo. A grande figura central dele é Jesus Cristo que em grego se denomina “Logos”; o eixo central que revitaliza a fé dos cristãos. Atinente a isto, Clemente deixa patente o ímo da sua reflexão teológica: «O centro da reflexão teológica é Cristo como grande mestre da humanidade e seu redentor. O cristão deve torna-se semelhante a Ele» . Portanto, exposto com auxílio do ideal da sabedoria estóica e do emprego de raciocínios platónicos e gnósticos, Ele possa mostrar o caminho muitas vezes difícil que junto com o eterno Sumo Pontífice nos conduz através de numerosas etapas desta vida e em meio as fileiras angélicas, na outra, até o trono de Deus.
Visto na conjuntura, a doutrina de Clemente representa um estímulo à fé cristã onde o centro está colocado sobre a continuidade mesmo que as condições estejam mudadas. Aliás, Cristo permanece o mesmo como Caminho, Verdade e vida, segundo Jo14,6, na ordem cronológica da história humana em todos espaços geográficos do mundo inteiro. Por fim, Clemente é mais teólogo da tradição do que da escritura; pois, ele acentua-se na solução dos problemas da actualidade. Portanto, um grande ético.

IV. Influências
1. Filosófica
Algumas condições como o furto dos gregos ou a meditação dos demónios como a origem da filosofia vêm do arsenal apologético e da polémica dos que não estão em sintonia com as ideias específicas clementinas. A sua alta estima e admiração em filosofia grega como caminho para Cristo, evidencia-se no enraizamento subtil da filosofia Platónica. E ele afirma: «A filosofia grega, dependente das mais antigas e grandes sabedorias da humanidade, pois, é um bem precioso e tem uma semelhança ao Antigo Testamento»
Desde o primórdio do pensamento humano sobre a filosofia assim como o Antigo Testamento, parte a linha ascendente da busca da verdade que chega até aos Apóstolos e sobretudo a Cristo.
O Pensamento de Clemente como também a discussão crítica provêm especialmente da filosofia alexandrino-judaica e da platónica que inclui o médio-patonísmo tendendo a neoplatonismo; e por último, do método do diálogo do cognosticismo. Tudo isto provém sob a guia e a luz da fé cristã, pois a sua penetração é a última finalidade.

2. Cultural
O empreendimento das suas viagens proporcionou-lhe um encontro com as outras culturas diferentes da sua original. No âmbito de conhecimento da sabedoria humana deparou-se com a filosofia helenista, especialmente a de Platão que defende o dualismo. No contexto religioso ele aproxima a doutrina da Igreja católica onde se converte e se entrega à própria Igreja. Em geral, pela sua maior abertura foi um grande protótipo do diálogo para com todos os seus contemporâneos.


V. Conclusão
No foco desta investigação notou-se que Clemente foi um grande sábio que quis conciliar a sabedoria da humanidade (helenista) centrada nos pensamentos de Platão e Estóico com a doutrina da Igreja. Na sua admiração à filosofia grega, ele afirma que ela é o património do saber da humanidade a nível do mundo. Teologicamente o centro da sua doutrina é Cristo salvador e educador divino que deve ser a sequela de todos os crentes cristãos. Em fim, ele foi um grande teólogo da tradição do que das escrituras; pois se acentua na solução dos problemas da actualidade. Portanto, um grande ético.

VI. Bibliografia
Dicionário Patrístico de Antiguidade Cristã, s/Edição, Editora Vozes, Brasil, 2002.

Enciclopédia Logos Verbo Luso-Brasileira de Filosofia, Vol.1, Editora Verbo, Lisboa/ São Paulo,1989.

Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, Vol.7, Edições Século XXI, Editora Verbo, Lisboa/São Paulo, 1998.

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