terça-feira, 26 de abril de 2011

MARTIN HEIDEGGER (1889-1976)
VIDA E OBRAS[1]
Martin Heidegger nasce em Messkirch no dia 26 de Setembro de 1889, na região de Baden (sul de Alemanha), estudou filosofia e teologia. Foi aluno de H. Rickert, laureou-se em filosofia em 1914 com uma tese sobre A Doutrina do juízo no psicologismo.
Em 1916 publicou A Doutrina das categorias e do significado em Duns Escoto que foi sua tese de habilitação ao ensino universitário. Mais tarde descobrir-se-ia que a obra de Duns Escoto considerada por Heidegger, isto é, a Gramática especulativa, não era de Duns Escoto.  Nesse meio tempo, Husserl foi chamado a ensinar em Friburgo e Heidegger o seguiu como assistente.
Assim, por algum tempo foi professor na Universidade de Marburgo, e em 1929 sucedeu Husserl na cátedra de filosofia em Friburgo, dando sua aula inaugural sobre O que é a metafísica? Nesse mesmo ano escreve o Ensaio sobre a essência do fundamento (escrito para o volume miscelâneo publicado em comemoração aos setenta anos de Husserl), bem como o livro Kant e o problema da metafísica.
Em 1927, saíra o tabalho fundamental de Heidegger, Ser e Tempo. A obra deveria constar de três partes, porém a  terceira parte, no entanto, não apareceu mais, já que os resultados alcançados impediam o seu desenvolvimento.
Ser e Tempo é dedicado a Husserl. Aqui Heidegger afirma que trabalha com o método fenomenológico, ainda que a sua filosofia seja bem diferente da de Husserl.
Em 1933, Heidegger, que aderira ao nazismo, torna-se reitor da Universidade de Friburgo, pronunciando o discurso A auto-afirmação da Universidade alemã. Mas pouco depois se demitiu do cargo de reitor.
Heidegger, é “o expoente principal da filosofia da exitência”, teórico da existência entendida como um ‘viver para a morte’ (REALE, G., ANTISERI, D., 2001: 580).
Seus escritos posteriores a esse período são:
- Höldrlin e a Essência da Poesia (1937);
- A Doutrina de Platão sobre a Verdade (1942), republicada em 1947;
- Carta sobre o Humanismo (escrita em 1945) e publicada em 1947;
- A Essência da Verdade (1943);
- Caminhos interrompidos (1950);
- Introdução à Metafísica (1953);
- O que é isso – a Filosofia? Ou o que é a Metafísica? (1956);
- A Caminho da Linguagem (1959);
- Nietzsche (1961 em 2 volumes).
Colocado assim o seu panorama, Heidegger morre em 1976.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES
Heidegger, “o expoente máximo do existencialismo e autor de uma das mais agudas e influentes análises fenomenológicas do homem” (MONDIN, B., 2001: 8)  é uma figura incontornável na história da filosofia.
Heidegger “é um caso único na história da filosofia (talvez a excepção de schelling) que um autor ganhe  distanciamento tão grande relativamente à sua principal obra” (JANICAUD, D., 1998: 95).
Heidegger, como muitos outros autores contemporâneos seus, ‘sentiu na pele’ as dores das duas guerras mundiais que,  os sistemas filosóficos encontraram-se em crise e foi preciso uma renovação substancial da filosofia (existencialismo).
Heidegger tem muita história de si a sua volta que se não pode evitar de mencionar: teve «ligações íntimas e depois ‘rompeu’ com o ‘sistema catolicismo’;  as circunstâncias da militância de 1933 e as peirpécies do reitorado: as desavenças com Husserl e com Jaspers; as complicações do processo de ‘reabilitação’ após 1945» ( JANICAUD, D., op. Cit.: 95).
A filiação política de Heidegger é por alguns autores posta em causa. Investigações ulteriores provam que “o militantismo de Heidegger foi mais longa e profunda do que se dissera ou pansa (em função das justificações do próprio Hiedegger em 1945)”. ‘Não era um militarismo banal. Tinha oposição para com os ideólogos  mais influentes: sabe-se que Heidegger não participava das reuniões mas era filiado, hostil ao catolicismo’.
«Para os nazistas, Heidegger era considerado como ‘certo’, apesar de ‘pouco fechado’ e com sua originalidade de ‘sábio’» (Ibidem: 97 ).
A partir de 1945, Heidegger passou a adoptar uma estratégia sua coerente e hábil. Como foi dito acima, já não se trata de “HEIDEGGER I”, mas de “HEIDEGGER II” ou Último Heidegger (Cfr. Ibidem: 26-27) embora sendo  a mesma pessoa, mas rompendo com o seu pensamento dos anos anteriores a 1945. Os anos seguintes  publicou obras importantes e a que dedicaremos especial destaque é a Carta sobre o Humanismo complementada por Ser e Tempo.


[1] Inspirada grandemente na obra História da Filosofia, vol. III de Giovanni Reale e Dário Antiseri, pp. 580 ss. 

1 comentário:

  1. acho interessante encontrar no autor uma tendência de construir a metafisica com novas bases mediante a aplicação do método fenomenológico, uma necessidade de nova ontologia ( liberdade individual, responsabilidade e subjectividade

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