sábado, 16 de abril de 2011

MODÉSTIA SEXUAL

MODÉSTIA


a) Na Moral Sexual
A modéstia pretende manter o justo meio entre o excesso e a negligência. A desordem das coisas que ela modera verifica-se por excesso ou por defeito; no primeiro caso são três formas: o culto supérfluo do vestuário ou outros objectos que servem de adorno, em vista de ser glorificado; a busca de delícias corporais através desse culto e solicitude excessiva posta no vestuário. A eles contrapõe a humildade, austeridade e a simplicidade. A compreensão e vivência da modéstia diferencia-se conforme as circunstâncias do tempo, lugar e do estado e condição das pessoas. Ela, apesar de ter em conta com às coisas exteriores não deixa de ser reflexo e expressão da interioridade da pessoa. Por isso há quem falta modéstia interior. Assim a modéstia na moral sexual, aparece como virtude, porque constitui luta constante para libertar o homem das forças anárquicas e instintivas do sexo.
A modéstia na moral sexual é o uso racional, ponderado e responsável do sexo, ou seja, é viver a sexualidade eticamente. É viver de acordo com a exigência da razão humana que é a auto-disciplina. É uma maneira equilibrada de viver a sexualidade, pois a convivência das pessoas exige tal equilíbrio que é difícil mas possível. Mesmo a alma e o corpo, a matéria e o espírito precisam de tal equilíbrio, pois quando há separação da alma com a matéria nota-se destruição, que se chama morte. E para que o equilíbrio aconteça, não se pode puxar demais para o espírito porque não somos anjos; nem demais para a matéria porque não somos animais.
O equilíbrio é a temperança que é uma mistura de um modo de ser organizado, é um voltar-se para si próprio de forma desinteressada e generosa mas com abertura para Deus e os outros. Pelo contrário, a intemperança é uma autodestruição. A auto-afirmação é natural e querida mas o seu excesso descamba para a vaidade. O desejo do homem de auto-realizar-se leva à ambição e destruição da própria pessoa .

b) No Magistério da Igreja
Para o Magistério da Igreja Católica a modéstia sexual é um reconhecimento da sexualidade humana como um acto divino, dom de Deus que reflecte algo do seu amor . Ela, faz parte do plano original de Deus sobre a humanidade. É uma maneira de imitar na carne a generosidade e fecundidade do Criador . Daí que deve ser encarada como virtude de domínio pessoal. É nesta vertente que São Paulo escrevendo aos cristãos de Corinto dizia “tudo me é permitido mas nem tudo convém”, ou seja, tudo me é permitido mas não me deixarei escravizar por coisa alguma. Para tal, é preciso usar a modéstia para moderar a nossa sexualidade, caso contrário seremos escravizados pelos apetites sexuais.
A modéstia brota da nossa interioridade, do desejo de conservarmos dentro de nós valores e factos, e, sobretudo, o valor do sexo. É uma tentativa de controlar a tendência que temos para evidenciar os valores sensuais e sexuais do corpo, sem considerar o valor da pessoa.
A pessoa reconhece a sua pertença total a Cristo. Esta modéstia implica, naturalmente, continência, ou seja, abstenção do uso dos órgãos genitais ou de qualquer parte do corpo que possa levar ao uso da sexualidade.
Esta virtude exige necessariamente, por implicação mútua, a temperança. Portanto, a pessoa modesta é sempre sóbria e senhora de si mesma. Nela as paixões jamais vão a frente da razão, da vontade e do coração. Tudo isto é indispensável para a desejada maturidade humana. Controlando os prazeres dos sentidos, conseguimos mantê-los em consonância com o plano divino da natureza. É necessário um prudente e sóbrio domínio de si mesmo.

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