terça-feira, 26 de abril de 2011

O DRAMA DA EXISTÊNCIA HUMANA
S. AGOSTINHO
Um dos grandes pilares do pensamento medieval é S. Agostinho, cujo pensamento exerceu grande influência no mundo ocidental durante longos séculos. Desde a antiguidade, vários pensadores e filósofos se dedicaram e ainda hoje se dedicam à compreensão do fenómeno humano, na tentativa de responder as inquietações que assolam o homem. No entanto, ele sendo um ser diversificado, ou seja, portador de vários níveis de reflexão filosófica, tratá-lo-emos no âmbito do drama existencial, posto que, a sua natureza está de enredada no mal e, a própria ideia do mal está impregnada na mente humana e no mundo de seduções (concupiscência, desejos carnais, egoísmo). Estes elementos o distanciam de Deus, seu criador, razão pela qual a ideia de Santo Agostinho considerar o homem como ser miserável, mas que pode ultrapassar mediante a intervenção divina, pois, o homem por ele experimentado foi aquele que procurou alcançar a felicidade.

É facto evidente que o drama da existência do homem se nota nitidamente nos actos concretos do seu quotidiano. Nesta óptica, debruçar-nos-emos no presente trabalho sobre o DRAMA DA EXISTÊNCIA HUMANA, à luz de Santo Agostinho a partir de uma leitura filosófica do livro das Confissões, sua obra autobiográfica, na qual apresenta o homem como miserável, agrilhoado, decaído, por seu afastamento de Deus. Por outro lado, faremos uma abordagem em torno de sua obra de cunho filosófico, De Beata Vita ou A Vida Feliz, que fala do problema da felicidade, um dos assuntos mais discutidos desde antiguidade até aos nossos dias. O homem moderno vê-se numa constante incerteza naquilo que faz temendo consequências graves, instabilidade e desorientação total, visto que não consegue encontrar parâmetros profundos que possam sustentar a sua existência. Nesta perspectiva, o homem não consegue distinguir entre o bem e mal, o decente e o inconveniente e sente mais insegurança por não ter nenhum ponto de apoio.

 Neste trabalho trataremos essencialmente dos seguintes assuntos: apresentação biográfica de Santo Agostinho, principais obras, a contextualização da obra De Beata Vita, em que iremos falar da situação que a obra foi redigida e com qual propósito S. Agostinho pretende alcançar. Procuraremos nos debruçar sobre a visão histórica da felicidade; a condição humana assim como as dificuldades em alcançar a felicidade.

Seguidamente mostraremos a infelicidade humana que consiste na ausência de Deus na vida do homem, mas também falaremos da busca da felicidade; do sentido da existência humana e a importância da sabedoria para alcançá-la. Para o doutor da graça, todo o momento em que o homem vive longe de Deus, a sua vida se torna insignificante e sem rumo. Ademais, o homem deve buscar esta graça divina de modo que a sua vida tenha sentido, pois somente em Deus o coração do homem pode ter tranquilidade absoluta, ou seja, a suma felicidade.

Para percebermos melhor a procura do sentido da vida, é necessário que cada um faça uma introspecção, isto é, voltar para si, e ver a gravidade da preocupação que tem no seu dia a dia para dar firmeza à sua vida. Ainda, podemos considerar a maior procura intelectual, material que actualmente se verifica no mundo devido à globalização, como por exemplo: crises políticas, económicas, religiosas, culturais e sociais.

Portanto, sem mais delongas, eis o momento de prosseguirmos com a nossa longa viagem maestrados por Santo Agostinho, bispo de Hipona, analisando e tentando perceber o homem dramático na sua existência. 

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