terça-feira, 26 de abril de 2011

O VALOR DA SABEDORIA NA BUSCA DA FELICIDADE E DO SENTIDO DA EXISTENCIA HUMANA

As modernas técnicas de publicidades têm contribuído continuamente para o surgimento de novas necessidades que os homens precisam para serem felizes. E algumas publicidades só têm aumentado o estado de desespero de muitos cidadãos. Para exemplificar, basta só recordar da publicidade que passou nas miss mídias a meses atrás que dizia «casa sem fixo não é casa». Ninguém desmente que o telefone fixo é importante numa casa, mas a maneira como foi feita a publicidade seria uma ofensa a milhões de moçambicanos que são infelizes porque não encontram o suficiente para a sua alimentação diária, e quanto mais instalar um telefone fixo em sua casa. “Ninguém duvida que todo aquele que é indigente é infeliz” (Idem, p. 69). Isto é mesmo que afirmar que “dois terços da população moçambicana são pobres..., situando os níveis mais elevados nas zonas rurais em 71% onde se encontra 80% da população” (Semana Filosófica II, 2001). Se concordarmos com S. Agostinho que a instrução é fundamental para a busca do sentido da vida humana e da felicidade, a sociedade moçambicana está longe de ser feliz. O grito de desespero de muitos moçambicanos é silenciado pelos vícios, pelos prazeres desenfreados e pela falta de escolha acertada para as suas vidas. Por outro lado, não será somente pela acumulação de bens materiais que poderá assegurar a felicidade humana porque “não será por causa dessas coisas que será feliz, mas sim pela moderação da sua alma” (Idem, p. 43). A felicidade tem que abranger o corpo e a alma e, não consiste somente na apatia como defendiam os estóicos e nem nos prazeres como argumentavam os epicuristas. Por tanto, S. Agostinho afirma que é a sabedoria que deve guiar o homem. Ele define a sabedoria como a moderação, a temperança.

A sabedoria é “justa medida ou proporção onde nada está a mais nem a menos (...). A sabedoria é, portanto, a justa medida da alma (Idem, pp. 81-83), contraria a ignorância, ela é a «plenitude».
As grandes quantidades de bens materiais já se revelaram incapazes de guiar o homem para o jogo feliz das suas conquistas. Ou por outras palavras, eles aumentam o sentimento de violência de desconfiança, de descontentamento, de insegurança e aumenta as contendas entre os homens. Em vez de semear a felicidade, incendeia no coração do homem o medo, a preocupação de um dia as perder, a insegurança de ser atacado. Mas o homem sábio “É forte e não teme seja o que for. O sábio não teme, portanto, nem a morte do corpo, nem as dores que não pode suprimir, evitar ou adiar” (Idem, p.69). Diante dos bens matérias, os ignorantes se esquecem que a sabedoria é que regula os bens e o homem, e não o homem regulado pelos objectos matérias. O caminho para a felicidade começa quando o homem usa a sabedoria para equilibrar entre o desejo de ser e de ter, saber o alimento corporal e o alimento espiritual para a sua vida. Porém, os alimentos corporais nunca trazem a felicidade total porque os desejos humanos são insaciáveis e os materiais, por que sejam em grandes quantidades, elas são caducas, dependendo sempre das circunstancias do tempo e do espaço. Ou melhor, podem um dia o homem vir a perde-las.

A única fonte de felicidade deve ser algo eterno e incorruptível. Sendo assim, é feliz aquele que possui o bem permanente que nunca pode ser retirado. Porém, esta felicidade do corpo e da alma não é possível com simples natureza humana sem ajuda da graça santificante, porque a “a sabedoria deve coincidir com a verdade (...). E a plena sociedade das almas, a vida feliz consiste em conhecer com perfeita caridade quem nos guia para a verdade” (Idem, p.85), para o Sumo Bem, que é Deus Eterno. Isto é: a verdadeira felicidade reside no conhecimento e na possessão de Deus. Portanto, é feliz quem conhece e possui Deus. E o caminho para o conhecimento de Deus, o Sumo Bem é Cristo que é a Medida. Segundo o Doutor de Graça, “Cristo é a verdade gerada pela Suma Medida” (Ibidem). Logo, todo aquele que vive da Suma Medida através da Verdade é feliz. O homem que vive da Suma Medida através da Verdade não tem corpo, nem alma impura porque possui «a sabedoria de Filho de Deus, que é sabedoria de Deus e é seguramente Deus». Por isso, vive bem e terá sempre Deus favorável. E tendo Deus favorável, a sua alma gozará da felicidade eterna na vida terrena e após a morte junto de Deus.

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