sexta-feira, 8 de abril de 2011

OS MACUAS

Como prometera no artigo passado concernente à cultura moçambicana, utopia ou realidade? Eis que agora vos torno consumado o meu augúrio. Entre vários povos que se encontram, existem e vivem em Moçambique irei apresentar-vos nas linhas que se seguem meramente os que mais pretendo pôr maior destaque. Vamos a isso:

Com um pouco mais de quarto milhões de habitantes, os amcuas são o grupo étnico mais numeroso de Moçambique. Os macuas são o grupo étnico mais antigo dos bantos que emigraram para esta zona de Moçambique em vagas sucessivas, empurrando os pigmeus, anteriores ocupantes, para zonas mais inóspitas.

Como disse, os macuas são cerca de quantro milhões de habitantes numa superfície de 200 mil quilómetros quadrados. O seu território histórico confina ao norte com o território dos macondes, a oeste com o Lago Niassa, a este com o Oceano Índico e a sul com o rio Zambeze.

Seria mais exacto definir os macuas como um conjunto de grupos étnicos que por sua vez se dividem em subgrupos que têm em comum a cultura, a língua e a estrutura social, provavelmente. Durante os cinco séculos da colonização portuguesa, resistiram de muitas maneiras e durante quase 400 anos representaram uma barreira intransponível.

A MULHER entre os macuas é o centro da vida familiar. Isto significa que ela educa de forma mais aprimorada os filhos, governa a casa e prepara a comida, tarefas das quais depende o bem-estar da família, embora a sua função principal seja a maternidade. A economia é essencialmente agrícola. Os macuas dependem quase exclusivamente dos produtos da terra, cuja exploração se realiza sem ter em conta a fertilidade do solo. Quando um campo se esgota, preparam-se novos pedaços de floresta para o cultivo.

Os macuas consideram a vida como um valor absoluto e para eles é impossível negar a existência de Deus: seria negar a própria vida. A religiosidade abarca todo o cosmos, um iniverso povoado de seres materiais e espirituais que formam uma única realidade. Crêem num Deus criador, pai e senhor da vida. É enorme a solidariedade que une a população rural, especialmente em caso de doença ou morte. A sua norma mais importante é a de viver em comunhão com as pessoas e a natureza. Daí o respeito e o supremo cuidado em não romper com ninguém. Assim, o grande sentido da hospitalidade inculca-se desde a mais tenra idade, na infância. Uma família terá sempre uma habitação reservada para os hóspedes, familiares, amigos ou viandantes.

Em suma, a sociedade macua é de tipo matrilinear. Um indivíduo integra-se, após o seu nascimento, no clã materno, composto por filhos, netos, bisnetos e outros descendentes de ambos os sexos em linha materna. A autoridade sobre os filhos é exercida pelo irmão mais velho da mulher. E esta autoridade confere-lhe o direito de se intrometer na vida da irmã, censurar o comportamento do cunhado, a quem pode exigir explicações sobre dadas atitudes irreverentes ou sobre a vida da família.

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