terça-feira, 26 de abril de 2011

SANTO AGOSTINHO BISPO DE HIPONA

 (13.11.354-28.08.430)


VIDA E OBRAS

Aurélio Agostinho nasceu em Tagaste (Argélia). Filho de pai pagão e mãe cristã, Sta. Mónica. Foi educado em Tagaste e na Madaura e passou depois a Cartago, onde estudou a retórica e leu a Cícero, este tido como referência essencial para Sto. Agostinho.

Foi seguidor do Maniqueísmo, religião que lhe parecia dar resposta às suas dúvidas sobre o mal no mundo. Desencantado com a seita, transferiu-se para Roma em 384, onde se aderiu ao cepticismo da Academia Nova e ao Epicurismo. Passou depois, para Milão, onde desempenhou o papel de professor oficial de Retórica. Tendo se convertido ao Cristianismo foi baptizado pelo Sto. Ambrósio, bispo de Milão em 386. Em 387 depois do baptismo, quis regressar à sua terra natal, mas a morte da sua mãe o impediu e teve que ficar mais um ano e só em 388 voltaria à sua terra.

O seu pensamento, influenciado pelo neoplatonismo (corrente filosófica que lhe ensinou a não separar a razão pela fé, pois, os dois se complementam) e Cristianismo, procurou conciliar a fé e a razão. Foi ordenado padre em 391 e pouco tempo depois ficou bispo de Hipona em 396. A sua carreira filosófica representa um esforço importante na harmonização da fé e razão, da filosofia e religião. É de salientar que a filosofia cristã já havia começado com os padres da Igreja e continuou na alta e baixa Idade Média, dando início a filosofia Escolástica. A característica interna do pensamento de Agostinho é a conversão que se manifesta em todos os momentos. Para ele, tudo irá se explicar pela fé que não requer nenhuma justificação exterior.

Obras principais
Filosóficas:
Contra os Académicos -refutação do cepticismo
Vida Feliz – 386
Os Solilóquios: problema do conhecimento – 380
A Imortalidade da alma
A Quantidade da alma
A Ordem: problema do mal – 386
O Mestre: função da linguagem – 389
Dogmática-filosófica-teológica: A Trindade (399-419)
Apologética:
A Cidade de Deus (413-427) - política e religião, história, apologia cristã
Contra os maniqueus:
O Livre Arbítrio (388-391)
A Verdadeira religião, 390
Obra-prima: Confissões, 397

Confissões: do latim confessare - confessar, isto é, declarar o que se fez ou que pensa, revelar, dar a conhecer. No livro das confissões Agostinho, “publicou nele os seus pecados”. Nesta obra autobiográfica, estão patentes as experiências que Agostinho viveu, ao longo da sua existência como um ser humano. Em sua vida, Agostinho sofreu as maiores angustias, contudo, saboreou as maiores alegrias quando encontrou o sentido da vida em Deus. Conta os seus próprios erros, mas que não são apenas dele, mas erros de cada um de nós. Pois, enquanto vivemos, o fenómeno existencial arrasta-nos para o bem e para o mal, são nossos companheiros de um destino incerto, o sofrimento e a alegria.

Do ponto de vista Bíblico o termo confiteri-confessar significa engrandecer a majestade de Deus. Portanto, as confissões são um magnificat de uma alma arrependida que exalta a misericórdia do Senhor. Por isso, quando fala dos seus pecados é para nos mostrar a sua miséria e pequenez diante da grandeza de Deus.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Ensinamento bíblico sobre a santidade

Ensinamento bíblico sobre a santidade A ideia da santidade não é exclusiva da Bíblia judeu-cristã mas, também se encontra em diversas c...