segunda-feira, 2 de maio de 2011

SANTA TERESA DE JESUS


I.       Vida
Santa Teresa de Jesus nasceu em `Avila – Espanha, no dia 28 de Março de 1515, filha de Alonso Sanchez de Cepeda e de Beatriz Davila e Ahumada, uma familia de baixa nobreza. De Cepeda e Ahumada vem a designaçao de Teresa de Cepeda e Ahumada. Tinha doze irmaos dos quais nove, de que ela fazia parte, eram do casamento de D. Alonso com Beatriz, mae da Teresa e, outros tres eram do primeiro casamento de D. Alonso, cuja esposa falecera.
Teresa teve uma infancia e juventude agraciadas, mas tambem sofridas. Ainda muito nova, ela mostrou excepcionais qualidades de inteligencia e de uma pessoa realista. Cristamente educada, aos sete anos da-se ao gosto das historias dos santos com o seu muito amigo irmao Rodrigo, que teria quase a mesma idade dela. Admiravam-se com a vida dos santos de modo que quiseram viajar `a regiao dos árabes conhecidos por mouros, a fim de se darem ao martirio como forma mais rapida de testemunharem a fe e alcancarem a vida eterna em Jesus Cristo. Retrocedido o seu plano pelo seu tio que os levou de volta ao encontro da mae, quiseram fazer-se de ermitães no proprio patio da casa. De entao, Teresa passa a amar a solidao e foi crescendo num espirito de sacrificio e de desejo intenso de ver –se amada de Cristo com o qual mais tarde se esposaria para sempre.
Aos 14 anos, ela sofre com a morte da sua mae, como escrevera mais tarde “quando me dei conta da perda que sofrera, comecei a entristecer-me. Entao me dirigi a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei com muitas lagrimas que me tomasse como sua filha”[1].
Aos 15 anos, acompanhada pelo pai, Teresa foi estudar no Convento de Nossa Senhora das graças das irmãs Agostinianas de Ávila, para o seu aperfeiçoamento no exercício da religião e na prática das virtudes, como era o costume na época, pois havia falta de colégios femininos. Um ano depois, por motivo de doença, volta para a casa. Mas estando nela uma forte inquietação, aos seus 18 anos de idade, decide submeter-se totalmente a Deus na vida religiosa, embora com uma incerteza. O pai se opõe a esta sua decisão e pede-a para ficar até após a morte dele. Mas ao ver a sua firmeza, deixa-a livre. Em 1535, já com 20 anos, Teresa foi ingressar no Convento Carmelita da Encarnação em Ávila. Há que salientar que a sua decisão foi influenciada pela “pela das cartas de São Jerónimo, cujo fervoroso realismo encontrou eco na alma de Teresa”[2].
II.                VIDA RELIGIOSA:  Mística e Ascese

Definicao dos conceitos: ascese e mistica
1.      A ascese e aquela disciplina de vida consistente na relacao de corpo-espirito, se mortifica o corpo e os seus sentidos com uma vida de austeridade, isto e, na reducao das exigencias das necessidades corporais, para o predominio da conduta racional e virtuosa na conquista da uniao com Deus.
2.      A mistica vem sempre acompanhada pela ascese e,  `e aquela disposicao interior de desejo ardente da uniao com o Absoluto, identificada como a comunhao esponsal da pessoa com O divino. Esta comunhao manifesta-se na entrega total `a pratica da caridade.
Toda a vida religiosa de Teresa de Ávila foi marcada pela mística e ascese, dimensões que asseguraram-na na sua relação amorosa com Deus e lhe valeram o reconhecimento como mestra espiritual, e não se pode referir destas dimensões por ela vividas sem referir das reformas e fundações de conventos, obras que ela empreendeu com grandes sacrifícios. Ela provou o imenso peso da cruz. No mosteiro, sofreu com uma enfermidade que a levou ao estado de coma por 4 dias e paralítica por três anos. Após este cruel martírio, ela entrou numa crise espiritual terminada a qual, obteve uma total mudança interior e, então, deu-se ao inicio de uma experiencia mística em 1554 caracterizada pela prudência, amabilidade, caridade, humanismo pelo qual estimava todo o valor humano, misticismo com o qual tinha atenção ao mistério latente da vida cristã, conquistadoras e que encantavam a todos quantos a ela se aproximavam.
Teresa era devota ao Santíssimo Sacramento. Esta devoção. Foi assinalada por um milagre em que ela recebeu misteriosamente a sagrada comunhão. Segundo ela escrevera a seu irmão Lourenço, teve muitos raptos, muitos momentos de êxtase – uma elevada atitude da contemplação “voltei a ter raptos e esse facto faz-me sofrer muito. Aconteceu-me diversas vezes em público (…) fico tão envergonhada que me apetece esconder-me não sei onde…”[3].  Desta sua experiencia mística resultou em reforma e fundação de mosteiros, e em escritos de índole espiritual.
Quanto `a reforma, Santa Teresa reformou o Carmelo de Ávila entre as monjas, em 1562 e, com padre João de Yepes, vulgarmente conhecido por S. João da Cruz, o convento dos frades Carmelitas, em 1568.
Quanto `as fundações, Santa Teresa fundou em dezanove anos quinze conventos de Carmelitas. Não sendo um trabalho fácil, exigiu dela e dos seus colaboradores grandes sacrifícios e espírito de abnegação. E nem sempre as fundações eram bem-vindas, como foi o caso da fundação de 1562, cuja “inauguração causou grande reboliço em Ávila”[4]. Nestes momentos, ela notabilizou-se com um espírito de sacrifício e de mortificações “onde tivermos palha, temos camas”[5] e aconselhava as outras a terem este espírito de mortificação e a não se vangloriarem com os avanços espirituais. Por isso não temia em partir para fundar mesmo sem muitos e estabelecia nos conventos, em particular no seu convento a mais estrita clausura e silencio quase perpétuo.
Santa Teresa de Ávila `e uma das grandes figuras da mística católica de todas as épocas. O exemplo da sua vida, a sua experiência mística e ascetica sao um presente e modelo que nos indica a possibilidade que existe, para todo o Homem, de viver em comunhao com Deus, de fazer uma caminhada voltado para o Bem Supremo “volta-te para Deus de todo o teu coracao” (Joel 2, 12). Isto valeu-lhe um lugar de destaque na história da religiosidade universal. As suas obras tem como conteúdo uma doutrina que abraça toda a vida da alma, desde a primeira fase `a intima relação com Deus.
Na espiritualidade carmelitana, bem se pode contemplar a doutrina dela sobre a união da alma com Deus. Com esta doutrina, Teresa transmitiu e enriqueceu toda a Igreja, `a qual fiel e generosamente serviu ate morrer, em 1582, aos 04 de Outubro, com 67 anos. Canonizada em 1622, no dia 27/09/1970, Papa Paulo VI confere-lhe o título de Doutora da Igreja.

BIBLIOGRAFIA
AUCLAIR, M., Santa Teresa de Jesus, A dama Errante de Deus, 3ª. Ed., Braga, 1990;
Dicionario de Espitualidade, Edicoes Paulinas, S. Paulo, 1989;


[1] AUCLAIR, M., Sta. Teresa de Avila, 3a. ed., Braga, 1990, p. 97.
[2] AUCLAIR, M. – SANTA TERESA DE AVILA - 3ª. Ed., Braga, 1990, pp. 201. 
[3] Idem. P. 201
[4] Wikipedia, Encyclopedia, org. TERESA DE AVILA, 20/03/2010

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